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Negro, com os olhos em brasa,Bom, fiel e brincalhão,Era a alegria da casaO corajoso Plutão.
Fortíssimo, ágil no salto,Era o terror dos caminhos,E duas vezes mais altoDo que o seu dono Carlinhos.
Jamais à casa chegaraNem a sombra de um ladrão;Pois fazia medo a caraDo destemido Plutão.
Dormia durante o dia,Mas, quando a noite chegava,Junto à porta se estendia,Montando guarda ficava.
Porém Carlinhos, rolandoCom ele às tontas no chão,Nunca saía chorandoMordido pelo Plutão . . .
Plutão velava-lhe o sono,Seguia-o quando acordado:O seu pequenino donoEra todo o seu cuidado.
Um dia caíu doenteCarlinhos . . . Junto ao colchãoVivia constantementeTriste e abatido, o Plutão.
Vieram muitos doutores,Em vão. Toda a casa aflita,Era uma casa de dores,Era uma casa maldita.
Morreu Carlinhos . . . A um canto,Gania e ladrava o cão;E tinha os olhos em pranto,Como um homem, o Plutão.
Depois, seguiu o menino,Seguiu-o calado e sério;Quis ter o mesmo destino:Não saíu do cemitério.
Foram um dia à procuraDele. E, esticado no chão,Junto de uma sepultura,Acharam morto o Plutão.
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