Eu venho de um mundo azul, onde o Sol é nosso Rei.
De um olhar terno, consolador,
com palavras que confortam....
Meu corpo tem cheiro de rosas,
que exalam perfumes de Paz.
Lá existe um jardim regado de amor,
com cheiros suaves de camomila,
alecrim, jasmim e canela.
A tristeza, o mau humor e o azedume não permanecem lá.
Nessa alquimia, o tempo não corre.
Passa tudo devagar e sereno como a relva,
Com gotas de orvalho, que, ao pisar, curam.
Almas cúmplices sussurram no teu ouvido: te amo!
E o bem-te-vi encanta com esperanças.
Um bom dia e um abraço, viver é um milagre.
Um beijo selado nas mãos, que voam,
numa breve despedida, com gosto de infinito.
Cada noite as estrelas anunciam que o Sol tem 24 horas.
O consolo vem com calma
e sussurra que terás a mansidão do céu.
Começa aqui mesmo na terra.
A semear sementes de amor,
na primavera, no outono, inverno e verão.
Rego como as lágrimas,
que suavizam a secura dos teus olhos do coração.
O pão e o vinho: salvação, misericórdia.
Chuva refresca a terra, a alma e o corpo com perdão.
Venho de um lugar que as crianças têm respeito,
brincam em sua essência.
São o futuro dos adolescentes que têm limites
e amor ao próximo.
Adultos, idosos com suaves recordações
da criança que guarda
os sons da infância em suas almas.
O sorriso é o elixir que fortalece com poemas,
músicas e danças.
Esse lugar de onde venho cultiva a meiguice,
mesmo nos corações endurecidos que amolecem com o tempo.
Tudo isso é fé na vida.
É preciso exercitar essa fé no silêncio de cada dia e noite.
Esse lugar traz a Paz, na nudez de nossas almas e de nossos corpos.
Assim tenhas certeza de que tudo passará.
Te convido a recomeçar com passos suaves.
A semente gera saúde integral.
Ela é colocada em ti.
Ela é a vida que convida.
Poema de Luzia Madalena Granato - Pág. 44 - 14a. Antologia Ponto & Vírgula - Coordenação: Irene Coimbra - Editora FUNPEC.
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