Reservar
um dia no ano, para recordar uma efeméride, não tem nada de mal, bem pelo
contrário, poderá ser uma iniciativa para reforçar comportamentos, melhorar
atitudes ou, até refletir sobre o evento que se pretende divulgar e comemorar,
daí que os dias nacionais ou internacionais, tenham a sua utilidade.
Celebrar
o “Dia do Pai”, que habitualmente tem o dia 19 de março como o que lhe está atribuído,
parece uma boa inciativa, ainda que haja quem afirme que todos os dias deveriam
ser dia do pai. Certamente que se concorda com tal assertiva, mas também não
deixa de ser louvável fixar-se uma data que, neste caso como noutros, é específica
para o evento que se pretende publicitar.
Se
analisarmos o “calendário das efemérides”, rapidamente verificamos que,
praticamente, todos os dias são consagrados a algum acontecimento, a uma
personalidade, seja esta política, religiosa, cultural, científica, técnica ou
de qualquer outra natureza, de resto, até existem dias em que se evocam várias
pessoas ou factos passados. Nunca é demais avivarmos a memória, para o que é
bom ou mau.
Recordar
o que a sociedade, em qualquer parte do mundo, tem vivenciado: sejam
acontecimentos positivos; sejam factos negativos; sejam situações em que a
humanidade sofreu, devido à intervenção humana ou às forças da natureza, a
verdade é que tudo isso faz parte da História do nosso passado comum e, como
tal, não se pode passar uma esponja e apagar, como se nada tivesse acontecido.
Celebrar
o “Dia do Pai” enquadra-se, portanto, neste contexto de estar no mundo.
Desvalorizar esta data com a afirmações banais, do tipo, “todos os dias são, ou
deveriam ser dia do pai”, parece inadequado, dada a importância fulcral que
esta figura, a par da mãe, tem na família, independentemente da forma como ela
está constituída.
mporta
refletir, positiva e compreensivelmente, sobre as funções benéficas que o Pai
pode, e deve, desempenhar na família, agora neste contexto de pós-modernidade,
que em nada desvaloriza o homem, bem pelo contrário, lhe confere outras
aptidões e dimensões sem dúvida alguma, se ele quiser, um grande colaborador
familiar, juntamente com a esposa que, em todas as circunstâncias, devem ser
exemplos a seguir pelos filhos.
O
Pai do século XX, cada vez existe menos, porque os princípios e os valores da
sociedade estão a alterar-se, por isso, em vez do pai ser visto, apenas, como o
sustento da família e Mãe como a dona de casa, educadora e acompanhante dos
filhos, considerado por uma grande maioria de mentalidades “machistas”, como
improdutiva, hoje, Pai e Mãe caminham, devem prosseguir, lado a lado, na
educação e preparação dos filhos para a vida futura.
Comemorar
o “Dia do Pai”, neste 19 de março, significa, de alguma forma, dignificar a
família, em todas as suas formas. Certamente que se deseja, e é necessário, um
Pai amoroso, tolerante, firme, orientador, que saiba dizer não, quando se
justifica e que, igualmente, utilize, ainda mais vezes, o sim, mas sempre
explicando o “porquê” de uma ou outra resposta.
A
sociedade em geral; e os governantes em particular; devem, portanto, conceder
todas as condições para que um Pai desempenhe, cabalmente, as suas funções, no
seio da família, porque é desta que a sociedade do futuro se vai constituir. O
Pai, tal como a Mãe, é fundamental para chegarmos a um mundo verdadeiramente
mais justo, mais humano e mais respeitador.
Venade/Caminha – Portugal, 2021
Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de
Portugal
NALAP.ORG
http://nalap.org/Directoria.aspx
https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1
http://diamantinobartolo.blogspot.com
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