O bem é ser livre
E voar muito além dos pinheiros da montanha.
O mal é ser cativo
E ter olhos de pássaro cegados por agulhas.
O bem é ser jovem
E conquistar com passos decididos a estrada do ideal.
O mal é ficar velho de repente
E fazer um triste inventário de rugas.
O bem é ser semente
E fecundar de palavras o vento e a terra.
O mal é ser solo estéril
E não poder estalar de arroz e mistérios.
Como é árduo escolher o bem!
Voar pode ser extremamente perigoso,
Melhor ficar cego às verdades mais simples.
Como é difícil escolher o bem!
O ideal é chama que se apaga,
Melhor ficar velho diante da própria impotência.
Como é amargo escolher o bem!
A terra se cobre de ervas daninhas,
Melhor ficar calcinado do silêncio do deserto.
Mas se escolhermos o mal,
Não veremos nunca a paisagem além da montanha,
Não teremos o coração rejuvenescido do doce ideal,
Nem provaremos o alimento capaz de nutrir nossas
entranhas mais profundas!
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