ARRUMA DOR- Carlos Cardoso Luís

Dótor tem aqui um lugar.
Pode, pode, pode, tá bom,
Voz entaramelada quase sem som.
Cinquenta cêntimos, um euro,
Dois euros, dez euros, dentro da saca,
Seringa à espera não aguenta a ressaca.
Manhã começou com a mesma pose,
A noite chegou, vai na terceira dose.
Caminha errante pela estrada da ilusão,
Labirinto de dor e emoção.
O corpo ainda mexe, a mente parou,
A miséria social, o pó
Que lhe corre nas veias,
Dia a dia o agarrou.
Cada picada que sente,
Directa no coração,
Está a sofrer,não mente.
Quer fugir da droga,
Espera a salvação.



O autor na página da Rádio Horizontes da poesia

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