Lancei o barco à vela na revolta
De quem entrega o nada ao seu desdém
Sem prever temporal ou ponta solta
Que desprenda o desnorte no vai e vem
Os ventos e marés em desvarios
Embalam-me nas ondas baforadas
Desconhecem ser mar feito de rios
Que na alma ficaram entroncadas
E ao longe vejo o mundo pla janela
À deriva no azul de um barco à vela
Que balouça no cais desta incerteza
Virão noites tingidas de verdes sóis
Uns dias adornados de arrebóis
Entre o sono do sonho na grandeza
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