Ainda me lembro:
do chão da igreja atapetado de rosmaninho,
que impregnava de perfume o ar
e era bom respirar;
da multidão entrando
e se apertando
sem deixar livre um cantinho,
e, eu e a demais criançada
quase sufocada
de tão apertada,
olhando o teto,
olhando o chão,
sem ver mais nada;
emparedada
por fatos, e xailes negros
que eram tradição;
havia choros de emoção
ouvindo o sermão
que o padre pregava,
no púlpito que estava
a meio do lado esquerdo da igreja;
até eu chorava nessa comunhão
de emoções
de tais sermões.
Lembro dos altares, de negro vestidos,
e, parece que tenho ainda nos ouvidos
o som das matracas na procissão;
tudo era triste nessa ocasião
da Semana Santa;
a banda de música que acompanhava, arrepiava;
por fim o Domingo chegava!
Domingo de Páscoa
que se festejava triunfalmente,
todos falavam alegremente,
mas, com respeito,
tudo cumprido a preceito,
e a boca, doce, sabia a confeito.
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