Tenho um livro, dentro de mim.
Escrito, em palavras de mágoa.
De sonhos desfeitos,
De lágrimas derramadas
E prantos abafados.
Escrevo sentimentos.
Que derramo em folhas.
Em noites, longas
Sem fim,
Escuras,
Onde apenas a lua, me faz companhia,
Com pena de mim.
E neste meu canto,
Canto...
A tristeza, que emana
De dentro de mim
Vezes, sem fim...
E quando o dia desponta...
De sol radioso,
Em manhãs de primavera
Eu apenas sinto
Chuva, vento e frio
Como se ainda permanecesse
No inverno.
E nas palavras, que abafo
Em choros, que escrevo
Apenas vou dizendo
As maleitas, que vou sofrendo.
E tendo pena de mim
Sentado, neste meu canto
Vou escrevendo
E cantando, odes...
sem fim.
É como os fados que liberto
De dentro de mim.
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