ALENTEJO- Maria Custódia Pereira

 No Baixo Alentejo onde a vida cansa
A miséria e a fome que por lá passei,
Calor e frio que trago na lembrança
São coisas que eu jamais esquecerei.

Descalça, com os pés cheios de frieiras
Sem um pai para me pagar o sustento,
Nem sei como ainda tenho boas maneiras
E olho o mundo sem nenhum constrangimento.

Fui feliz por me mandarem à escola
De trapo foi feita a minha sacola
E assim aprendi a ler e a escrever

Mas saudades é coisa que não tenho
Vim pra Lisboa e por aqui me mantenho
Pois foi aqui que vim acabar de crescer.



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