Sou peregrina nesta terra fria e dura
Sou menina de candura de candeia acesa,
que ilumina a minha alma presa nesta solidão
O agreste da urze a magia de moiros
Mistura nocturna onde a cotovia canta,
onde os sons se cruzam no ar quente
e as estrelas brilham como risos dolentes
Sou peregrina nesta terra sofrida
Vertida de sangue e dor; mas de luz e calor
Nos olhos límpidos e nos odores...
Encontro a flor do mais belo jardim...
Pego nela com ternura baloiço-a ao vento
Sinto o seu tormento naquelas noites quentes
Abraço-a e cubro-a com mel da urze de jasmim
Encosto-a bem a mim e amo-a por fim.
E desta mistura agreste sai a mulher...
Enternecida pela vida plena de sinfonia e nostalgia
Errante no seu ser peregrina no seu querer
Menina de moiros encantada sonhando ainda ser fada
Sou peregrina nesta terra fria e dura transportando
comigo a ternura!
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