Eu dizia sim, tu dizias não.
Tu dizias sim, eu dizia não.
Até faz sentido!
E era como se para nós soasse ao nosso ouvido
este refrão
surgido de uma canção.
Éramos grandes amigos,
apesar das nossas contradições.
Crianças traquinas, mas muito divertidas,
sempre uns brincalhões.
Grande era a nossa entrega:
No quintal brincávamos à cabra-cega
Na praia construíamos castelos de areia
Na janela bolinhas de sabão…
como quem semeia
um espaço que florido serpenteia
nascido desse mundo de ilusão
Na rua jogar o futebol
muitas vezes pela tarde fora
até surgir no poente o arrebol
Em casa desenhar e colorir,
riscar as paredes da sala
sujar o chão com montes de papéis
até chegar alguém connosco à fala
ralhando com um ar de mau
E apanhávamos tau-tau!
Às vezes ficávamos de castigo e chorávamos!
Mas éramos crianças
e brincávamos
Para além disso gostávamos de ler
Seguíamos os exemplos dos mais velhos
que tantas vezes vinham para nos ver
e davam-nos conselhos.
Pedíamos papel, porque lápis, canetas, tínhamos sempre
para escrever e inventar jogos: jogos de palavras, palavras cruzadas, advinhas,
jogos bonitos que eu tinha e que tu tinhas
Crescemos e agora queremos ser poetas e escritores de renome
Um quebra-cabeças, um desafio para valer!
Um jogo chamado “Ma Jong” para jogar para o resto da vida
onde sempre te lembrarei, até morrer!
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