Mas o que hei-de eu escrever-te?
Primeiro, tenho que encontrar-me com o meu âmago.
E para isso preciso de silêncio e retiro.
Isolo-me intimamente.
Como se estivesse a fazer amor.
E ao encontrar-me, idealizo um mundo diferente
Sem pressas ou restrições impostas, que tanto nos atrofiam a mente
e as sensações.
Sento-me de frente do mar azul
E aí te escrevo
O sol espelha reflexos
E as ondas esbatem nas rochas
atenuando fúrias.
Lanço a carta manuscrita ao mar
Dentro da transparente garrafa de vidro
Vai deslizando suavemente
Embalada como se de uma dança se tratasse
Observo-a com o olhar
castanho de amêndoa torrada....
até não mais a alcançar.
Quando chegar até ti amor,
aconchega-a ao peito.
E sente-me....
Bem juntinho a ti.
Onde nós dois,
Seremos uma só alma cúmplice!
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