VISTA TURVA- Joaquim Pereira Marques



Quem só vê água turva na nascente
Onde jorra bem pura e cristalina
Não poderá ser séria e boa gente
Algum escolho grave a contamina

Quem vê o nevoeiro em vez do sol
Nos longos dias quentes de verão
Do mar não poderá ver seu farol
Porque a mente lhe estagna a permissão

Quem nos outros apenas vê maldade
Sem fazer em si o “ato contrição”
Não poderá ser dono da verdade…

Quem não vê uma reta ao fim da curva
Seguindo sempre a mesma direção
É mais que certo ter a vista turva



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