Becos infinitos, erotismo profundo
Mentes perversas estremecendo
Entre dois mundos…
Nos becos onde me escondo,
Em calmas noites eróticas,
Existe um marulhar de ondas
Loucas correntes a encantar…
Existem segredos enrolados
Que me dão alento
Que eu, e tu, tão bem sabemos guardar…
Quando vens ao meu encontro,
Abraço um dia lindo
E um tornando de desejos
Dão cantos primeiros
Ao meu acordar…
E eu te pergunto,
Até quando…?
O que guardas nesse místico baú?
Quatro pálpebras acesas, eloquência…?
Suco de alma que ateias pela brisa
Lábios em movimento airosos, sensuais
Que me procuram e eu abraço…
Ah! Sem veres
Que estou à tua espera
Roço sem algemas
Nesse charme
Que são dois corpos quentes
Em círculos molhados
E em sincronia a bailar…
Deixa-me brindar
O teu suspiro ousado
No lume abrasado da minha pele…
Entre sussurros regalar-te
Com palavras lascivas,
Sem queixumes
Beijar-te ardentemente como a flor
Que o colibri beija cheio de fulgor…
Guardo dentro do peito
O teu regresso provocador
Exalo faíscas, suspiros
Mesmo que estejas tanto tempo sem me ter…
Com lábios de sede
Deixa-me verter ao teu ouvido
Toda a minha essência,
Deslizar com a minha língua de seda
Na tua orelha como um leme…
Deixa-me cobrir de loucura
Os teus lábios de beijos
Navegar sem norte na tua língua
Cheia de desejos e insensatez…
Deixa-me naufragar, derramar-me
No veludo do teu corpo
Colado ao meu
Oferecer-te um pedaço de céu
E o meu delírio como ninguém…
No calor do meu ventre
Como fosse lava de vulcão
Em movimento
Deixa-me deslizar na tua pele
E nunca deixes de sentir o calor
Que não seja o meu…
Num momento
Impossível de esquecer
Deixa que o sonho fogoso
A doçura dos teus gemidos
Antes do último suspiro
Nos conduza
Até onde desejamos ir…
Deixa-me ser tua…
E se me faltar o ar
Nestes tempos tão agrestes
Deixa que um beijo quente
E em sussurros
Me conduza até ao luar …
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