QUANDO VOEI DE MIM...- Joaquim Sustelo



Quando voei de mim pra te encontrar
o tempo estava frio
e nem sabia se era longe ou perto...

A chuva ela era densa, copiosa
O vento sibilava nas janelas
na sua voz tenebrosa
como um intenso grito
dado em silêncio num deserto

Mas era ao mesmo tempo um desafio
romper com velhas telas
e te achar
quer fosse longe ou perto

Traçara o teu perfil... a tua imagem...
Será que existirias... mesmo? assim?
De quanto era a extensão dessa viagem
quando voei de mim?

E atrás dos vários rostos
que cruzaram
comigo na distância do caminho,
por entre as várias almas que mostraram
o muito da essência do carinho,
achei-te sob a luz dum céu infindo
num dia que foi lindo
e que eternizo!

Ao pé de ti o tempo vai florindo...
e eu, sorrindo,
não voo mais de mim
que achei o Paraíso.


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