Todos temos datas a festejar, este foi um dia feliz para mim
Na minha página, surgia o apoio ao meu trabalho, um “gosto”
O entusiasmo, que em mim se instalou, pouco durou, enfim
As trevas da ausência voltaram, para meu imenso desgosto
Rapidamente te cansaste, de apoiar um tão fidelíssimo amigo
Unidos no meu coração, carregarei para o túmulo os segredos!
«Delfina, que razões há para ser punido, levar esta dor comigo?
De consciência tranquila, nunca te provoquei quaisquer enredos»
Ao avizinhar-se a “partida”, fazemos o “filme” de um passado
Recordamos quem nos jurou amizade, e compartilhou silêncios
Agora, que já não temos força nem poder, somos descartados
Porém, Deus sabe que sempre fomos intimamente autênticos
A passagem terrena é curta, repleta de esquinas com espinhos
Não sairemos incólumes, sem pagarmos pelos erros cometidos
Ninguém deixará o mundo, sem liquidar as contas aos grupinhos
O “Destino”, julgar-nos-á implacavelmente, como pervertidos
Na hora da partida, tal como na chegada, todos somos iguais
Ricos e pobres, poderosos e indefesos, terão a mesma sorte
É um equívoco, ignoramos as pessoas que têm valores morais
Porque, no final da corrida pela Terra, ninguém foge à morte
Ao revisitarmos a película da vida, veremos boas e más ações
As ruindades e os erros praticados, farão parte desta avaliação
Teremos coragem e probidade, para abrirmos nossos corações
E admitir que desgraçamos, quem nos apoiou na reconciliação?
Talvez, tarde, tarde demais, chegue o remorso da ingratidão
Ficamos aterrorizados, porque quem desprezamos, já partiu
Chegaremos atrasados ao encontro do ambicionado perdão
De então para cá, a vida ensinará, a quem tanto se distraiu
É muito triste o desfecho injustificado, de uma longa amizade
Decisões que levam a este procedimento, magoam bastante
Tal atitude, provoca desgosto em quem atuou com verdade
E quem decidiu tal situação, terá uma vida muito inconstante
Dizia Kant: «Não faças aos outros o que não queres para ti»
Este princípio ético, atualmente, parece não ter importância
As grandes dimensões humanistas, estão a ser ignoradas por aí
Aparências, atulhadas de hipocrisia, não escondem a ganância
Vive-se para o TER e descarta-se o SER
A arrogância que é suportada no TER
Um dia, acabará por ser vencida pelo SER
A Justiça Divina, será o carrasco do TER
Do fiel amigo, EDUARDO
Comentários