O que muito me confunde
é que no fundo de mim estou eu
e no fundo de mim estou eu.
No fundo
sei que não estou sem fim
e sou feito de um mundo imenso
imerso num universo
que não é feito de mim.
Mas mesmo isso é controverso
se nos versos de um poema
perverso sai o reverso.
Disperso num tal dilema
o certo é reconhecer:
no fundo de mim sou sem fundo.
António Cícero
Nasceu no Rio de Janeiro, em 1945
Um visitante deste blog enviou-me o seguinte comentário a este poema:
"O poeta não tem dúvidas de que existe, mas sim para o que nasceu."
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