Clamor de trovão- Eduardo Mesquita


Se a revolta se sentisse neste mundo,
onde todo o universo me pudesse ouvir,
eu clamaria bem alto, num grito profundo
por alguém distante, que me viesse acudir.

Minha voz sairia de um poço bem fundo,
com mil labirintos para a confundir,
e a sua força hercúlea, faria surgir,
num caminho estreito, um leito fecundo.

Seria tão intenso e rude , o seu clamor,
como um trovão a solta, nas altas montanhas,
que todos os ouvidos sentiriam dor.

Teria esse grito formas tão tamanhas,
que em cada segundo seria sempre maior,
até se desfazer nas minhas entranhas.

Fevereiro de 2004

Eduardo Mesquita

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