Impressão digital - António Gedeão


Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandescente.

Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.

Comentários

Começo por agradecer a sua visita ao meu blog e seu bonito comentário que nele deixaste. Aqui no seu blog estão poemas de vários autores que todos nós conhecemos... bonita a sua ideia de fazer lembrar os poetas do nosso País. Se todos assim o fizessemos Portugal seria maior e mais reconhecido. Obrigada pelo seu gesto. Se quizer colocar no seu blog algum dos meus poemas, fica à vontade.
jokinhas
Da amiga
Isabel Moreira