Quando Te Vi- Virgínia Vitorino


A manhã era clara, refulgente.
Uma manhã dourada. Tu passaste.
Abriu mais uma flor em cada haste.
Teve mais brilho o sol, fez-se mais quente.

E eu inundei-me dessa luz ardente.
Depois não sei mais nada. Olhei... Olhaste...
E nunca mais te vi. . . - Raro contraste! –
A madrugada transformou-se em poente.

Luz que nasceu e apenas cintilou!
Deixou-me triste assim que se apagou,
às vezes fecho os olhos; vejo-a ainda...

E há tanto sol dourando esses trigais!
Olhaste, olhei, fugiste... Ai, nunca mais,
nunca mais tive outra manhã tão linda!

Virgínia Vitorino






Comentários

Eduardo Mesquita disse…
UM poema divinamente feminino, de encanto , ternura e de um sentir tão intenso, quanto a transformação da madrugada em entardecer.
Um beijo
Eduardo
Fernanda
Que poema maravilhoso, que nos deste.
Lindo

beijinhos
Sonhadora
SolBarreto disse…
Lindo poema, tão tocante que faz a gente se sentir como se vivesse o momento....Adorei!