Flor rebelde- Eduardo Mesquita


É uma flor rebelde numa planície perdida,
uma criança que brinca sem precisar de crescer,
um sofisma a pendular desiquilibradamente,
uma memória, que por vezes da vida vive esquecida.
 É um mistério que na noite faz escrever,
os dias que não vive, mas que sente,
é o tempo a oscilar num mundo diferente,
à espera de um sono aturdida,
que só na manhã, por vezes, chega a acontecer.
É a força que se expressa livremente
em cada segundo, em cada hora da vida,
que traja na sua vontade convencida,
as vestes sombrias que a fazem viver,
as necessidades e os pecados de outra gente.
É uma esmola, uma riqueza, sempre presente
que de generosidade vive guarnecida
aos olhos dos que precisam seus olhos ver.
É em forma de nostalgia ao anoitecer,
a palavra que se oferece friamente,
quando outra palavra precisava ser aquecida.
É uma flor rebelde, à vida oferecida
que a vida, outra vida lhe quis oferecer,
quando ambas as vidas viviam tão tristemente.
E assim se ofereceram mutuamente,
numa rebelde cumplicidade assim vivida,
de tristezas e alegrias que sempre irão ter.
É o desejo de todo o meu querer,
é uma flor rebelde...uma criança... é a minha vida,


Eduardo Mesquita

Comentários

Minha querida
Um poema maravilhoso, adorei.
Deixo o meu carinho e um beijinho
Sonhadora