Aurora boreal- Eduardo Mesquita


Se os meus lamentos chorassem as lágrimas que sentem,
seria um rio imenso, este lugar onde estou,
um mar de silêncios e de tristezas que desmentem,
a sorte de quem tanto espera...e esperar vou.

Talvez seja o meu fado, este esperar sempre e até quando,
até os meus passos se perderem num abismo,
mas vou esperar, mesmo a dormir, mesmo sonhando,
enquanto a noite passa e eu contigo cismo.

E enquanto espero, vou pensar...que mais sei fazer?
Vou pensar em ti e na tua imagem que não vejo,
vou desenhar-te na minha alma para poder ter
a imagem que não posso ver, quando a desejo.

E na minha alma vou morar eternamente
para junto de ti poder os meus desejos embalar,
minhas mãos irão tocar-te, assim, suavemente
enquanto a minha esperança... por ti esperar.

Que o céu te mostre esta esperança que em mim mora,
nesta noite que de mil cores parece querer ficar,
que o teu olhar sorria, enquanto o meu chora,
que seja abençoada a noite, que te possa iluminar.

Mas por muitas cores que o céu possa oferecer,
por muito, que pareçam que são as mais belas,
o mais belo trilho, que na noite vai aparecer,
será o reflexo da tua imagem nas estrelas.

Eduardo Mesquita.

Comentários

Unknown disse…
Passei por aqui, achei uma poesia linda: vou "desenhar-te na minha alma para poder ter
a imagem que não posso ver, quando a desejo"

abraços