Jorge de Sena (1919-1978)



Amo-te muito, meu amor, e tanto
que, ao ter-te, amo-te mais, e mais ainda
depois de ter-te, meu amor. Não finda
com o próprio amor o amor do teu encanto.

Que encanto é o teu? Se continua enquanto
sofro a traição dos que, viscosos, prendem,
por uma paz da guerra a que se vendem,
a pura liberdade do meu canto,

um cântico da terra e do seu povo,
nesta invenção da humanidade inteira
que a cada instante há que inventar de novo,

tão quase é coisa ou sucessão que passa...
Que encanto é o teu? Deitado à tua beira,
sei que se rasga, eterno, o véu da Graça.

Dedicado a minha esposa.

Comentários

Unknown disse…
Amigos! Aqui no Brasil sou de uma família numerosa, e ao redor do mundo tenho o comprazimento em saber ou ao menos imaginar outra... Não em matéria, sim, em novidade de espírito, um lugar que não temos a capacidade de imaginar; é uma nova terra um novo céu. Suas ruas são diferentes, seu fundamento é mais que o Jaspe e todas as riquezas que conhecemos. Amigos lá nos verão, não tenho pressa, não sei quando será Deus o sabe... Esperem - A paz de Deus para Vocês
Eduardo teu poema é lindíssimo, pode ser comparado como os versos do Rei Salomão