Revolta- Maria Helena Ribeiro




Um grito de revolta solta-se do peito magro,
Peles e seios caídos velhos da idade.
A mulher, uma entre tantas,
Assediada com as falas mansas,
Meigas de homens, á custa de enganos,
Louvores à vaidade,
A leva a cometer certos atos
Que de outra forma nunca os teriam feito.
O que as leva a confiar? A acreditar?
Porque lhes falam ao coração,
Dizendo: - És linda!
- Gosto muito de ti.
- Amo-te! (palavra tão banalizada).
- És a minha Paixão!
E na maior parte das vezes,
Usam – nas e deitam fora
Como se fossem trapos velhos.
Porquê? Pergunto.
Porque é que há homens assim…
Pensam que a mulher
É apenas a fêmea sobre a qual têm direitos?
Que, elas, não têm sentimentos?
Que não sentem na carne
Na Alma como os outros seres humanos?
São feridas abertas que não saram,
Pois já não há tempo, a idade não deixa…
Homens,
Antes de prometerem,
Jurarem amor eterno,
Pensem que todas as mulheres,
Novas e velhas, têm um coração,
Sabem amar, sofrem e sangram.
Lembrem-se… e se fosse a vossa mãe?

Maria Helena Ribeiro

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