Tempestade

Temo as primaveras esfriadas
O sentir de que sobrevivemos
Sem saber bem o que queremos
Perdidos em manhãs enevoadas
Gélido manto nevado por derreter
As estações todas trocadas
Sem o verão acontecer
Cada manhã será mais fria do que a outra
Cada dia será o acolher de uma nova frialdade
Cada hora terá o tempo de uma nova idade
A temperatura será desvairada e louca
Cumprida a loucura de sentir e existir
Há em nós um outono de folhas a cair
Espera-nos incansável caminho sem desistir
Cobre-nos o pavor de desditoso inverno
Salpicando meses de brancura
Num frio profundo eterno
Onde o gelo perdura
E se faz cumprir
Húmido inferno
Silêncio terno

musa
Ana Barbara Santo Antonio

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