Madrugada da Liberdade

 

  
A noite estava tão linda
Vestida de luz prateada
E Lisboa dormia ainda
Nos braços da madrugada.
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Capitães em movimento
Vão entrando na cidade,
À procura do momento
D’ instaurar a liberdade.
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Era a luta destemida
Marcada na sua farda
E a paz bem definida
Nos canos da espingarda.
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Na noite primaveril,
Traçam letras de glória.
É vinte e cinco d’Abril
A ficar na nossa história.
E aos poucos foi surgindo
A manhã que apregoa,
Cravos vermelhos florindo
P’los recantos de Lisboa.
E num gesto d’homenagem
Veio juntar-se a multidão,
Dando vivas à coragem
Dos heróis desta nação.
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Portugal assim voltou
A cumprir os seus planos
E a ditadura se afundou,
Já lá vão quarenta anos.
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Rama Lyon
 
 
 

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