Guardo esse olhar límpido como dois lagos
E na memoria o cheiro do teu corpo confidente
Prende-me tua pele ao perfume dos teus seios
Ondulante, dardejante envolvido nos meus afagos
Na amargura do partir, ficou apenas esse beijo ardente.
Revejo os teus olhos de um azul cintilante
Faiscando na última noite voluptuosa
Foi um tempo flamejante tão distante
Marcado por utopias de uma espera tortuosa.
Cruze a memória desse ultimo adeus
Recordo-te, distorço a tua imagem imaculada
Para reviver o teu carinho e os lábios teus
Nesta forja de frases rubras, do tudo ou nada.
Nas palavras murmurantes do desejo
Tão perto e tão longe que não te avisto
Coloquei asas prematuras no meu beijo
Neste querer que tanto insiste
Beijar esse teu beijo, que resiste.
João Murty
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