Eu pecador me confesso- Eduardo Mesquita

Existem muitas formas de querer chamar a atenção aqui nas páginas do FB, muitas formas de lutar contra as injustiças , sobretudo sociais, muitas formas de reclamar. A maior parte das pessoas que o fazem esquecem–se que poucos têm paciência e mesmo motivação para ler aquilo que tem realmente interesse. Poucas pessoas lêem um artigo de um jornal, uma página de cultura ou uma reportagem sobre os problemas da Amazónia. Quase toda a gente critica tudo sem fundamentos para tal... no FB toda a gente sabe quem é o Barak Obama, que o Jorge Jesus vai treinar o Sporting, que a Maria Amélia pintou o cabelo de lilás, que o Pedro batia na mulher, que a Carlota acordou mal disposta ou que o Juvenal deixou crescer a barba. Tanta sabedoria provém apenas de curtas frases, normalmente em letras grandes , que as pessoas lêem em segundos e que lhes é mais que suficiente para ficarem esclarecidas e para colocarem um like que muitas vezes até nem gostam.
As pessoas, nem todas eu sei, não têm paciência para se informar, para ler aquilo que deveriam, para depois disso poderem reclamar com consciência, para abertamente poderem discutir certos assuntos. Há muitos anos atrás alguém me ensinou que que nós somos conhecidos pelos livros que lemos, os amigos que temos e os erros que confessamos. Eu diria mais, são essas três vertentes que podem definir o carácter de cada um. Eu pecador me confesso porque vou editar aquilo que estou a escrever na minha página do FB, sabendo que quase ninguém a vai ler, porque simplesmente tem mais que dez palavras, mas não faz mal porque para compensar o meu ego, ainda sei os livros que leio, os amigos que tenho e os erros que confesso.

Eduardo Mesquita

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