Não me peçam que aos homens me pareça
Não me peçam ser aquilo que não sou…
Não me peçam que corte as mãos ou a cabeça
Não me peçam para ir, porque não vou!
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Não me peçam para rir que já nem sei
Nem tão pouco ser uma lágrima fingida…
Não me peçam para que vá mais além
Se não tenho meta nem ponto de partida!
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Não me peçam para que finja ou minta
Dessa fala, não sei pouco nem tanto…
Não me peçam para que caído me sinta
Porque á muito que estou e não me levanto!
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Não me peçam para que a morte mate
Não me peçam para que guerras comece…
Não me peçam que a uma criança maltrate
Não me peçam para que reze dessa prece!
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Não me peçam para ser político
Pois que por honesto quero ser reconhecido…
Não me peçam para ser palhaço sem circo
Ou passar por rico sem ter abrigo!
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Não me peçam o pouco que já não tenho
Não me peçam para que ladrão me torne…
Pois que de vergonha o meu mundo desenho
De cor pálida em papel de fome!
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Não me peçam para ser cobarde
Pois que de qualquer luta não desisto…
Não me peçam para que verdades guarde
Porque em dize-las, sempre insisto!
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Não me peçam o desumano
Não me peçam que me culpe por ser gente…
Apenas quero ser um ser humano
Apenas quero nesta selva ser diferente!
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Não sei em que mais línguas querem que fale
Mas com certeza muitas mais falarei…
Só não me peçam para que me cale
Pois essa língua… é a única que não sei!
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-Moisés Correia-
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