Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde, ou simplesmente Oscar Wilde (Dublin, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, atual República da Irlanda, 16 de outubro de 1854 — Paris, França, 30 de novembro de 1900) foi um influente escritor, poeta e dramaturgo britânico de origem irlandesa. Depois de escrever de diferentes formas ao longo da década de 1880, tornou-se um dos dramaturgos mais populares de Londres, em 1890. Hoje ele é lembrado por seus epigramas e peças, e as circunstâncias de sua prisão, que foi seguido por sua morte precoce.
Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde nasceu na cidade de Dublin em 16 de outubro de 1854, quando o que hoje é a República da Irlanda ainda pertencia ao Reino Unido, na forma do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda. O segundo de três filhos, foi criado numa família protestante (depois convertendo-se à Igreja Católica), estudou na Portora Royal School de Enniskillen e no Trinity College de Dublin, onde se sobressaiu como latinista e helenista. Ganhou depois uma bolsa de estudos para o Magdalen College de Oxford.
Wilde saiu de Oxford em 1878. Um pouco antes de ter ganho o prêmio "Newdigate" com o poema "Ravenna".
Passou a morar em Londres e começou a ter uma vida social bastante agitada, sendo logo caracterizado pelas atitudes extravagantes.
Foi convidado para ir aos Estados Unidos a fim de dar uma série de palestras sobre o movimento estético por ele fundado, o esteticismo, ou dandismo, que defendia, a partir de fundamentos históricos, o belo como antídoto para os horrores da sociedade industrial, sendo ele mesmo um dândi.
Em 1883, vai para Paris e entra para o mundo literário local, o que o leva a abandonar seu movimento estético. Volta para a Inglaterra e casa-se com Constance Lloyd, filha de um rico advogado de Dublin, indo morar em Chelsea, um bairro de artistas londrinos. Com Constance teve dois filhos, Cyril, em 1885 e Vyvyan, em 1886. O melhor período intelectual de Oscar Wilde é o que vai de 1887 a 1895.
Em 1892, começa uma série de bem sucedidas histórias, hoje clássicos da dramaturgia britânica: O leque de Lady Windermere (1892), Uma Mulher sem Importância (1893), Um Marido Ideal e A importância de ser Prudente (ambas de 1895). Nesta última, o ar cômico começa pelo título ambíguo: Earnest, "fervoroso" em inglês, tem o mesmo som de Ernest, nome próprio.
Publica contos como O Príncipe Feliz e O Rouxinol e a Rosa, que escrevera para os seus filhos, e O crime de Lord Artur Saville.
O seu único romance foi O Retrato de Dorian Gray.
Oscar Wilde foi pioneiro na criação do filme de drama e no de ação.
A situação financeira de Wilde começou a melhorar, e, com ela, conquista uma fama ainda maior. O sucesso literário foi acompanhado de uma vida bastante mundana, e suas atitudes tornaram-se cada vez mais excêntricas.
Em Maio de 1895, após três julgamentos, foi condenado a dois anos de prisão, com trabalhos forçados, por "cometer atos imorais com diversos rapazes".[6] Wilde escreveu uma denúncia contra um jovem chamado Bosie, publicada no livro De Profundis, acusando-o de tê-lo arruinado. Bosie era o apelido de Lorde Alfred Douglas, um dos homens de que se suspeitava que Wilde fosse amante. Foi o pai de Bosie, o Marquês de Queensberry, que levou Oscar Wilde ao tribunal. No terrível período da prisão, Wilde redigiu uma longa carta a Douglas, que a chamou de De Profundis.
A imaginação como fruto do amor é uma das armas que Wilde utiliza para conseguir sobreviver nas condições terríveis da prisão. Apesar das críticas severas a Douglas, ele ainda alimenta o amor dentro de si como estratégia de sobrevivência. A imaginação, a beleza e a arte estão presentes na obra de Wilde.
Após a condenação a vida mudou radicalmente e o talentoso escritor viu, no cárcere, serem consumidas a saúde e a reputação. No presídio, o autor de Salomé (1893) produziu, entre outros escritos, De Profundis, o clássico anarquista, A Alma do Homem sob o Socialismo e a célebre Balada do Cárcere de Reading.
Foi libertado em 19 de maio de 1897. Poucos o esperavam na saída, entre eles seu maior amigo Robert Ross.
Passou a morar em Paris e a usar o pseudônimo Sebastian Melmoth. As roupas tornaram-se mais simples e o escritor passou a morar num lugar humilde, de apenas dois quartos. A produtividade literária era pequena.
O fato histórico de seu sucesso ter sido arruinado pelo Lord Alfred Douglas (Bosie) tornou-o ainda mais culto e filosófico, sempre defendendo o amor que não ousa dizer o nome, definição sobre a homossexualidade, como forma de mais perfeita afeição e amor.
Oscar Wilde morreu de um violento ataque de meningite, agravado pelo álcool e pela sífilis, às 9h50 do dia 30 de novembro de 1900.
Em seu leito de morte foi aceito pela Igreja Católica Romana e Robert Ross, em sua carta para More Adey (datada de 14 de Dezembro de 1900), disse: Ele estava consciente de que havia pessoas presentes e levantou sua mão quando pedi, mostrando entendimento. Ele apertou nossas mãos. Eu então fui enviado em busca de um padre e, depois de grande dificuldade, encontrei o Padre Cuthbert Dunne, que foi comigo e administrou o Batismo e a Extrema Unção — Oscar não pode tomar a Eucaristia.
Wilde foi enterrado no Cemitério de Bagneux, fora de Paris, porém mais tarde foi movido para o Cemitério de Père Lachaise.[7] Sua tumba é obra do escultor Sir Jacob Epstein, à requisição de Robert Ross, que também pediu um pequeno compartimento para seus próprios restos. Seus restos foram transferidos para a tumba em 1950.
Em seu único romance, O Retrato de Dorian Gray, considerado por críticos como obra-prima da literatura inglesa, Oscar Wilde trata da arte, da vaidade e das manipulações humanas.
Já em várias de suas novelas, como por exemplo O Fantasma de Canterville, Wilde critica o patriotismo da sociedade.
Em seus contos infantis preocupou-se em deixar lições de moral através do uso de linguagem simples. O Filho da Estrela (ver em Ligações Externas), é exemplo disso.
No teatro, escreveu nove dramas, muitos ainda encenados até hoje.
Wilde destacou-se como poeta, principalmente na juventude. Rosa Mystica, Flores de Ouro são alguns trabalhos conhecidos nesse campo.
Wilde foi um mestre em criar frases marcadas por ironia, sarcasmo e cinismo.
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