Aquilino Ribeiro- biografia


Aquilino Gomes Ribeiro ComL (Sernancelhe, Carregal, 13 de setembro de 1885 — Lisboa, 27 de maio de 1963) foi um escritor português.
É considerado por alguns como um dos romancistas mais fecundos da primeira metade do século XX. Inicia a sua obra em 1907 com o folhetim "A Filha do Jardineiro" e depois 1913 com os contos de Jardim das Tormentas e com o romance A Via Sinuosa, 1918, e mantém a qualidade literária na maioria dos seus textos, publicados com regularidade e êxito junto do público e da crítica.
Foi um dos que foram implicados no Regicídio de 1908. Tem uma biblioteca e uma Fundação/Casa-museu com o seu nome em Moimenta da Beira.
A linguagem de Aquilino Ribeiro caracteriza-se fundamentalmente por uma excepcional riqueza lexicológica e pelo uso de construções frásicas de raiz popular, cheias de provincianismos.
Aquilino foi sobretudo um estilista e, por isso, a sua linguagem vernácula é arejada, frequentemente condimentada nos diálogos com expressões entre grotescas e satíricas.
Apesar de ter optado por uma literatura de tradição, Aquilino procurou ao longo da sua vida uma renovação contínua de temas e processos, tornando-se assim muito difícil sistematizar a temática da sua vastíssima obra.
Num número considerável de obras, Aquilino reflecte, ainda que distorcidas pela imaginação, cenas da sua vida: o convívio com as gentes do campo, a educação ministrada pelos sacerdotes, as conspirações políticas, as fugas rocambolescas, os exílios.


Aquilino Ribeiro é um dos mais prolíficos autores portugueses, fazendo jus à auto denominação de "obreiro das letras". De uma infância um pouco mais que travessa, guarda a arrebatação por aquilo em que acredita, reduzindo-a continuadamente à forma escrita.
A vasta produção de Aquilino Ribeiro vai do romance ao conto, à novela, aos estudos etnográfico e histórico e também perpassa a biografia, a literatura infantil e o jornalismo polemizado.
Ocupa um lugar único na literatura portuguesa, ao longo de mais de seis dezenas de volumes, de que o mais destacado elemento, ao nível estilístico, é a tendência para o emprego de um vasto leque de vocábulos regionais que, quando associados à erudição e espalhados coloquialmente pelos diferentes tipos de discurso, aumentam a dificuldade de perceção da leitura, mas polvilham  os romances e narrativas curtas de um tom castiço muito sugestivo. Tal é a densidade do uso de vocabulário regional que o Centro de Estudos Aquilinianos editou, em 1988, um “Glossário Aquiliniano”.
Alheio à contemporaneidade dos movimentos literários – modernismo e, depois, presencismo e neorrealismo -, a obra que produz é recepcionada de dupla forma. A primeira, como o reflexo de um Portugal antigo, de tradição profunda, onde a ação do homem se interliga e depende bastas vezes da natureza, dos instintos mais ancestrais, de uma crendice ou superstição estreitamente ligadas a uma máscara religiosa e que o transporta para um tempo anterior ao seu natural desencaixe face à civilização, um tempo em que o homem faz parte do cosmos de modo integrado. A segunda, que antagoniza a anterior, aponta-lhe falta de espontaneidade, um peso barroco na expressão linguística e, por contemporaneidade e oposição imediata, falta de modernidade na insistência do uso de moldes literários tradicionais.
Destacam-se, de entre tantos títulos, “Terras do Demo” (1919), “O Malhadinhas” (1922), “Andam Faunos Pelos Bosques” (1926), “O Romance da Raposa” (1929), “Cinco Réis de Gente” (1948), “A Casa Grande de Romarigães” (1957) e “Quando os Lobos Uivam” (1959).
“Mais não pude”, quis Aquilino que fosse o seu epitáfio, depois de ter adoptado como mote, ao longoda vida, “alcança quem não cansa”.



 





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