Feridas- Elisa Alderani



Abri a gaveta das lembranças
Tirei tudo o que dentro estava.
Fechei todas as portas e janelas,
Não queria que elas saíssem por ai,
Para espalhar minha historia.
O mundo está cheio
De palavras inúteis.
Não enobrecem a vida.
Preciso agora descobrir
Os segredos da alma:
Curar, ungir, suturar feridas...
Sutis, apodrecidas.
Dobras doentes
Procurando refrigério,
Procurando alento,
Na simples caricia
Do toque do vento...
Depois, com carinho, guardo-as novamente,
Na última gaveta da minha mente.

Poema de Elisa Alderani
 Primeira Antologia "Ponto & Vírgula" -
Pág. 43 - Editora PerSe
Coordenação: Irene Coimbra


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