Lygia Fagundes Telles- biografia

Lygia Fagundes Telles, nascida Lygia de Azevedo Fagundes ComIH (São Paulo, 19 de abril de 1923), é uma escritora brasileira, galardoada com o Prêmio Camões em 2005.
É membro da Academia Paulista de Letras desde 1982, da Academia Brasileira de Letras desde 1985 e da Academia das Ciências de Lisboa desde 1987.
É a quarta filha do casal Durval de Azevedo Fagundes e Maria do Rosário Silva Jardim de Moura, tendo nascido na rua Barão do Bananal, na capital Paulista. Por causa da profissão do pai, delegado e promotor público, passa a infância em cidades do interior do estado: Sertãozinho, Apiaí, Descalvado, Areias e Itatinga.
Em 1938, dois anos depois da separação dos pais, Lygia publicou o seu primeiro livro de contos, Porão e sobrado, com a ajuda de seu pai com o pagamento da edição e assinando como Lygia Fagundes. Em 1939 terminou o curso fundamental no Instituto de Educação Caetano de Campos. No ano seguinte, ingressou na Escola Superior de Educação Física, também em São Paulo, ao mesmo tempo que frequentou um curso pré-jurídico, preparatório para a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.
Em 1941, iniciou o curso de Direito na Faculdade do largo de São Francisco e concluiu o curso de educação física. Começou a participar ativamente nos debates literários, onde conheceria Mário e Oswald de Andrade, Paulo Emílio Salles Gomes, entre outros nomes da cena literária brasileira. Fez, então, parte da Academia de Letras da Faculdade e escreveu para os jornais Arcádia e A Balança. Ao mesmo tempo, trabalhou no Departamento Agrícola do Estado de São Paulo para pagar os estudos e para a sua própria subsistência. Foi também em 1941 que terminou o curso de Educação Física. Foi na faculdade do Largo de São Francisco que conheceu a poeta que veio a ser a sua melhor amiga, Hilda Hilst.
Em 1944, publicou Praia Viva. Em 1947, casou com o jurista Goffredo da Silva Telles Jr. (filho de Gofredo da Silva Telles), assim passando a assinar Fagundes Telles em seu sobrenome. Conheceu seu marido na escola, já que ele era seu professor na Faculdade de Direito e deputado federal, o que a levou a mudar-se para o Rio de Janeiro, onde funcionava a Câmara Federal.
Em 1954, nasceu seu único filho Goffredo da Silva Telles Neto. De volta à sua cidade natal, no mesmo ano escreveu o seu primeiro romance, Ciranda de Pedra.
Em 1960, separou-se de Goffredo.  No ano seguinte, começou a trabalhar como procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo. Em 1962, reata com Paulo Emílio Salles Gomes e volta com ele, ainda formalmente casada, o que gerou um escândalo na sociedade.
Em parceria com Paulo Emílio, fez uma adaptação para o cinema do romance de Machado de Assis, Dom Casmurro, para o cineasta Paulo César Saraceni - adaptação que adotaria a alcunha da personagem principal: "Capitu".
Em 1970, recebeu o Grande Prêmio Internacional Feminino para Estrangeiros, na França, pelo seu livro de contos Antes do baile verde. Em 1973, publica o romance As Meninas. Com o livro ganha o Prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras; o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro; e o prêmio de Ficção da Associação Paulista de Críticos de Arte. Em 1977, foi galardoada pelo Pen Club do Brasil na categoria de contos, pela sua coletânea Seminário dos Ratos.
Ficou viúva em 1977, e e assume a presidência da Cinemateca Brasileira, fundada por seu marido.
Em 1982 foi eleita para a cadeira 28 da Academia Paulista de Letras e, em 1985, por 32 votos a 7, foi eleita em 24 de outubro para ocupar a cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras, na vaga deixada por Pedro Calmon, tomando posse em 12 de maio de 1987. A 26 de Novembro de 1987 foi feita Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal.
Em 1995 Emiliano Ribeiro apresentou o filme As Meninas, baseado no romance da escritora. Em 2001 voltou a receber o Prêmio Jabuti, na categoria de ficção, pelo seu livro Invenção e Memória. Em março de 2001 recebeu o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Brasília.
Em 13 de maio de 2005 recebeu o Prêmio Camões pelo conjunto da obra,[2] distinguida pelo júri composto por Antônio Carlos Sussekind (Brasil), Ivan Junqueira (Brasil), Agustina Bessa-Luís (Portugal), Vasco Graça Moura (Portugal), Germano de Almeida (Cabo Verde) e José Eduardo Agualusa (Angola).




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