Serena- Henriqueta Lisboa



Essa ternura grave
que me ensina a sofrer
em silêncio, na suavidade 
do entardecer,
menos que pluma de ave
pesa sobre meu ser.

E só assim, na levitação
 da hora alta e fria,
porque a noite me leve,
sorvo, pura, a alegria,
que outrora, por mais breve,
de emoção me feria.

 Henriqueta Lisboa



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