Reaprendo a dor- Célia Moura



Reaprendo a dor da tua ausência
nos olhos aflitos das crianças
que carregam no âmago
a fome
de uma pátria ferida,
e soletro sílaba por sílaba
o teu nome
na enseada onde se deliciam fantasmas
oferto-te meu corpo nu,
neste ventre de outono
onde todas as sorridentes pétalas da Primavera
em que nasci
me fazem arder no sangue,
a luxúria
e a decadência.



Mas eu continuarei a ser terra de abrigo,
terra de ti
à espera da lavra.

 Célia Moura

A publicar “Terra de Lavra” (1 de Maio de 2013)



Comentários