Limito ao Norte com o Mar Caribe
que banha-me a fronte de cristal
e nácar lânguido.
A Ocidente com o Grande Oceano
que ergue seu ramo de violenta espuma
com mão trêmula.
Peixes azuis nadam por meu peito.
A Oriente toca-me o Orinoco:
passa o rio pela porta de minha alma
umedecendo-me os sonhos.
Levo às costas pássaros e ventos
de asa libérrima.
Ao Sul o Amazonas me limita:
a doce lua onde apóia o pé
a pátria minha.
A selva está na margem de meu sangue:
orquídea e tigre.
É meu Zênite o pássaro do céu
que abre as asas sobre minha Colômbia,
quieto e voando.
E é meu Nadir a terra que me espera:
nossa amante final vestida de folhas,
que tenho mordido nas frutas e beijado
na que eu amo.
Sou um torrão que canta, uma bandeira
tricolor desbocada sobre um potro
da planície.
Se abrisse minhas veias
a palavra Colômbia saltaria
aos borbotões.
É um rio quem firma este poema.
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