Instrumentos Facilitadores da Inclusão- Diamantino Bártolo




Hoje, metade da segunda década do século XXI, refletir sobre algumas hipóteses para minimizar o problema da exclusão é, de imediato, um primeiro instrumento que pode e deve ser utilizado, sabendo-se, embora, que a situação não será resolvida apenas com reflexões, se estas não apontarem soluções exequíveis a curto, médio e longo prazos e, desde já, a “Prudência nas Relações Sociais” é um dos muitos passos necessários para se compreender, aceitar e tolerar pessoas e situações que são vítimas de algum tipo de marginalização.
Nem tão pouco se pretende inventar uma fórmula milagrosa que erradique, definitivamente, aquela chaga social que cada vez afeta mais cidadãos em todo o mundo, e constitui um libelo contra uma sociedade civilizada, muito embora nem sempre as práticas apontem nesse sentido.
É óbvio, porém, que muito há para fazer e que muito mais se pode conseguir do que até hoje se obteve, a partir do momento em que toda a comunidade se consciencialize deste drama tão humilhante para as pessoas atingidas, e vergonhoso para os mais diretos responsáveis pela governação, privada e/ou pública, das nações e do mundo. Eventualmente, também o cidadão anónimo poderá ter a sua quota-parte de responsabilidades nesta situação, talvez por lhe faltar a coragem cívica para denunciar os casos que conhece e os meios para agir com segurança.
Naturalmente que compete aos titulares dos cargos públicos em primeiro lugar e aos privados, complementarmente, desenvolver todos os processos em ordem à construção da sociedade inclusiva, porque não basta falar do tema, no âmbito de situações pontuais, protocolares e de circunstância, nitidamente direcionadas para determinados objetivos pessoais ou de elites e, alcançados, depois, tais objetivos, o assunto é “arquivado” e só volta à luz do dia e fonte de preocupação, normalmente, num outro ciclo idêntico, decorridos cerca de quatro ou cinco anos.
A discussão acerca dos caminhos a percorrer, em ordem a facilitar a inclusão dos cidadãos, no seio das comunidades em que se integram, ou pretendem vir a abraçar, será, obviamente, diversificada e exaustiva e, eventualmente, sem garantia de sucesso, quaisquer que sejam as modalidades, as estratégias e os métodos.
Apesar das dificuldades, à partida suscitadas, considera-se pertinente iniciar-se este debate e extraírem-se algumas ideias que possam conduzir os decisores à implementação de medidas e/ou projetos, cujo objetivo consista em reduzir o número de excluídos, nos diferentes setores de atividade, numa comunidade local ou na sociedade mais alargada das nações e do mundo. Esta reflexão não tem a pretensão de enunciar a fórmula milagrosa, técnica ou científica para terminar com a exclusão.
Pretende-se, isso sim, alertar as consciências dos não excluídos, daqueles que, vivendo sem grandes dificuldades, generosamente, podem contribuir para ajudar os que mais precisam, independentemente de ideologias, estatutos e outras situações que se vivem nas sociedades modernas.
A inclusão das pessoas nas atividades, instituições e ocupações que lhe são próprias, enquanto cidadãos no pleno uso dos seus direitos, deveres e responsabilidades, é uma exigência, não só constitucional, como ética, moral e cívica, desde logo a inclusão na igualdade de acesso às oportunidades de melhor saúde, habitação, trabalho, educação, justiça, entre muitas outras importantes.
Ninguém deveria ser excluído por razões ilegítimas, injustas, ilegais, estatutárias ou outras, desde que, em igualdade de circunstâncias, condições e aptidões, para todos os interessados a um determinado bem, serviço ou produto, respeitando-se, aí sim, a legislação específica, elaborada e aprovada por quem tem a competência e legitimidade para o fazer, sempre no respeito pelos mais elementares direitos humanos.
Independentemente dos diversos e até plausíveis argumentos que, fundamentadamente, possam justificar determinado tipo de exclusão, a verdade é que, com exceção de quaisquer outras hipóteses, seria possível, pelo menos, reduzir o número de excluídos, aumentar e melhorar as condições de vida dos que venham a ser incluídos na sociedade, precisamente a partir de instrumentos facilitadores da inclusão, como a saúde, educação, formação, trabalho, habitação, aposentação, entre outros.
Um recurso poderosíssimo do qual dependem, praticamente, todos os instrumentos facilitadores da inclusão, situa-se ao nível da atividade política, desenvolvida pelos políticos, que concebem, aprovam, mandam executar, fiscalizam e avaliam (e são avaliados nas urnas eleitorais) as respetivas leis e projetos educativos, bem como todas as restantes intervenções na sociedade civil que, obrigatoriamente, se rege pelo sistema jurídico, implementado pelo poder político.
Resulta que toda e qualquer situação de exclusão é da responsabilidade, no todo ou em parte, dos detentores de cargos políticos, com poderes numa determinada área da governação, relacionada com a natureza de uma dada exclusão.
A “Prudência nas Relações Sociais”, conduz-nos a comportamentos adequados à resolução de muitos problemas e também a evitar inúmeros conflitos resultantes das situações degradantes que preocupam todas as populações, todas as nações, enfim, o mundo humanista e civilizado.
Independentemente de qualquer taxinomia hierarquizada dos instrumentos facilitadores, e/ou determinantes, para a construção de uma sociedade inclusiva, considera-se que a educação-formação desempenha um papel fundamental, tanto mais imprescindível quanto mais se prolongar na vida de cada cidadão.



Com o protesto da minha perene GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

DOCTOR HONORIS CAUSA EN LITERATURA” pela Academia Latinoamericana de Literatura Moderna y la Sociedad Académica de Historiadores Latinoamericanos.

TÍTULO NOBILIÁRQUICO DE COMENDADOR, condecorado com a “GRANDE CRUZ DA ORDEM INTERNACIONAL DO MÉRITO DO DESCOBRIDOR DO BRASIL, Pedro Álvares Cabral” pela Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística  http://www.minhodigital.com/news/titulo-nobiliarquico-de
.


POR FAVOR. A PARTIR DESTA DATA MEU ENDEREÇO DE E-MAIL É:  diamantino.bartolo@gmail.com











Comentários