O Prazer da Escrita- Diamantino Bártolo




Muitas são as possibilidades que a vida oferece, para o exercício das mais diversas atividades, a fim de se alcançarem determinados objetivos e que, em função das expectativas criadas, são mais ou menos conseguidos, proporcionando, a quem se envolve em tarefas a eles inerentes, uma relativa satisfação e realização pessoal o que, quando os resultados são positivos, estes constituem fortes incentivos para se prosseguir, sempre e cada vez melhor.
Escrever é uma atividade complexa porque envolve várias capacidades humanas, para além das funcionalidades físicas, precisamente, da mão que conduz a caneta e/ou o teclado de um computador, tentando acompanhar a espontaneidade e rapidez do pensamento, o que é, praticamente, impossível, assim como faculdades próprias das pessoas: sensibilidade, princípios, valores, sentimentos, emoções que o autor tenta levar aos seus leitores, com lealdade, amizade, solidariedade, gratidão e muita coragem.
Mas, para além destes “pormenores”, que não são assim tão simples, refletir sobre um tema, organizar, minimamente que seja, o pensamento para que este produza, lógica e adequadamente, um texto que, por sua vez, deve respeitar imensas regras ortográficas, sintáticas, éticas, morais e axiológicas, constitui, na verdade, um trabalho difícil, nem sempre enaltecido e compreendido.
O esforço mental que a escrita pressupõe, raramente é valorizado por algumas pessoas, talvez porque os textos escritos implicam, para a sua compreensão, muita concentração e domínio de um ou outro termo, por parte dos leitores, alguns dos quais, nem sequer têm disponibilidade para ocupar um pouco do seu já reduzido tempo livre, na análise dos conteúdos e, sobre eles, extrair as ilações que julgarem corretas, independentemente de ficarem, ou não, em sintonia com o pensamento do autor.
A leitura de textos corridos, tal como a reflexão sobre o teor da mensagem que eles transmitem, afigura-se que estará “fora de moda”, porque quase ninguém tem tempo para coisa alguma e, nestas circunstâncias, parece tornar-se mais prático, para tais pessoas, uma linguagem telegráfica, superficial e pretensamente objetiva, pragmática, do tipo: “um recado no vão da escada”, mas que nem sempre produz os melhores resultados, considerando-se que esta situação se tem vindo a agravar, por via do recurso sistemático às mensagens curtas, quase codificadas que, através dos telemóveis, tanto se usa e abusa.
Por outro lado, vem-se comprovando, com muita preocupação, que cada vez se escreve e lê menos. Que a incorreta construção da frase deturpa a fidelidade e correspondência que se deseja existir entre o pensamento e a escrita, tudo isto agravado pela incapacidade em elaborar um texto, sem erros e com uma pontuação correta, esta, todavia, pode ser efetuada de acordo com a intencionalidade, princípios, valores, sentimentos, emoções e objetivos que o autor pretende imprimir ao seu texto.
Com todos os condicionalismos, quer pela parte do autor, quer no que respeita ao leitor, a verdade é que se trata de uma tarefa complexa, mas muito estimulante, porque criativa, inovadora e livre. O leitor tem a possibilidade de recriar o texto, criticá-lo, reinterpretá-lo e, no limite, ignorá-lo, (que também há quem o faça), mas é sempre livre para contextualizar a mensagem, como muito bem entender, ainda que o seu entendimento não corresponda à opinião do autor, até porque não tem de estar de acordo.
Escrever e publicar são atos que implicam grande responsabilidade, exposição permanente, relativamente ao público que vai ler, refletir, criticar, sugerir e, quantas vezes, reformular o texto, suscita, também, incompreensões, mal-entendidos e, em certas circunstâncias, procedimentos radicais.
Transpor para um texto, que muitas vezes torna público: um pensamento, uma amizade, um desejo, um sentimento, uma emoção, princípios e valores, uma opinião, um estudo, um êxito, um insucesso, reflexão sobre um qualquer tema, comporta sempre algum perigoso confronto, e pode deixar sequelas para o resto da vida, se não houver o cuidado, a lealdade e a coragem de se esclarecerem dúvidas, também por isto é que os comentários são muito importantes.
O autor que, mais uma vez se expõe, comemorou, recentemente, 12 anos (Fevereiro-2020) no exercício da escrita regular que, semanal e ininterruptamente, vem publicando o resultado das suas reflexões e investigações, sobre os mais diversos temas, com especial preocupação no domínio das ciências sociais e humanas: Filosofia, Axiologia, Sociologia, Psicologia, Antropologia, Religião, Política, História, Economia, Educação, Formação, Trabalho, Motivação, Liderança, Dias Mundiais Especiais, entre muitos outros domínios.
Ao longo destes últimos 12 anos, são já, mais de 1.000 artigos publicados, em vários meios da comunicação social, desde Revistas, Jornais, blogs, sites e livros, estes sob a forma de “Antologias”: de autoria própria, em Portugal, são 13; em coautoria, em Portugal e no Brasil, são 57. Mas que imenso prazer este trabalho, não remunerado, tem proporcionado ao autor! Que grande satisfação e alegria se experienciam!
As reflexões/artigos publicados, e a sua continuação no futuro, em circunstância alguma, e sob qualquer pretexto, jamais tiveram a mínima e voluntária intencionalidade em prejudicar, injuriar, difamar, denegrir, humilhar ou ofender alguém. Os trabalhos dados à estampa, e os que vierem a ser lançados, para o público analisar, não pretendem atingir ninguém, não se deseja, com eles, exercer quaisquer atos de vingança, nem de desforra, nem perseguição de nenhuma natureza, nem fazer juízos de valor, objetivamente direcionados à idoneidade e bom nome que assiste a todas as pessoas, como tais e enquanto individualmente consideradas (não há nenhuma razão para que o autor tenha tais atitudes).
As reflexões/artigos que ao longo de 12 anos e em número superior a 1.000, têm sido acompanhados, analisados, escrutinados e escalpelizados, sob inúmeras perspectivas, isso é sabido através dos retornos que vão chegando ao conhecimento do autor e que, felizmente, têm sido muito positivos, porque a inteligência dos leitores, a sua compreensão, tolerância e generosidade os leva a formular avaliações extremamente otimizadas, amáveis, bondosas, livres, estando, ou não, de acordo com a linha seguida pelo autor.
Nesta difícil arte, a de escrever e publicar, uma outra preocupação central do autor, tem sido a de expressar o seu pensamento, acerca de muitas das suas próprias experiências, ao longo da vida, alguns poucos conhecimentos, nunca se eximindo a manifestar princípios, valores, sentimentos e emoções que, realmente, fazem parte, tanto quanto se julga saber, da sua própria personalidade, da sua maneira de estar na vida, da sua solidariedade, amizade e fidelidade para com um ou outro amigo, sendo certo que as circunstâncias e situações da sociedade em que vive, também de uma ou outra pessoa, por vezes o possam levar a alguma incoerência ou mesmo pequenas contradições.
É normal mudar-se de opinião, quando causas profundas impelem as pessoas para a mudança, contudo, apesar de alguma instabilidade emocional, por vezes manifestada, eventualmente, devido a relacionamentos que se afiguram terem-se desconsolidado, por razões alheias ao compositor, todavia, nunca tais circunstâncias conduziram o autor para atitudes incorretas, desrespeitosas, de falta de consideração e estima: para com as pessoas em geral; e os leitores em particular. A intervenção literária tem-se pautado por total respeito.
Expor princípios, valores, sentimentos e emoções, pode constituir um grande risco, mas vale a pena adotar-se uma postura de verdade, sem reservas, sem filtros, solidária, amiga, leal, com grande gratidão e humildade. Afinal, a verdade é sempre a mesma: só uma, com ela se conquista a confiança, o respeito, a amizade e a credibilidade, e deve ser retribuída por quem a recebe.
É um privilégio, dir-se-ia, uma Bênção Divina, ter-se a possibilidade de expor, livremente, o pensamento, num país onde a liberdade de expressão é um direito cívico, constitucionalmente garantido, mas que, por vezes, é mal recebido, porque ainda existe uma certa cultura persecutória, em relação a quem ousa comentar situações, pessoas e entidades que violam, grosseiramente, os mais elementares direitos humanos.
É uma honra ser lido por tantas pessoas, receber cada vez mais incentivos, ainda que outros tenham sido, ao fim de algum tempo, interrompidos, negados, por razões que o autor desconhece, mas que muito o magoam e julga não merecer tal indiferença, mas um Escritor – Livre Pensador, está sujeito a estas vicissitudes, à incompreensão, por vezes alguma ingratidão que, apesar de tudo, tenta superar.
Claro que é muito importante perceber que existem leitores verdadeiramente amigos, e sinceros, que apreciam o trabalho do autor, que manifestam total solidariedade, que oferecem as suas ideias para melhorar os artigos, que incentivam permanentemente. São estes leitores solidários, amigos, leais, transparentes, que ajudam, com as suas críticas fundamentadas, a melhorar a escrita e as atitudes.
Também é verdade que nem todos os textos agradam a todos os leitores, o que é salutar, porque significa que há opiniões diferentes, o que enriquece as análises, e até contribui para soluções mais equilibradas, em relação aos problemas que vão sendo abordados, sobre situações do dia-a-dia, de resto ninguém é titular absoluto da verdade.
Como é gratificante ouvir e ler comentários favoráveis, sobre os trabalhos que se vão publicando. Como é importante que as análises, diferentes, idênticas ou mesmo divergentes, sejam elaboradas e transmitidas ao autor, porque isso estimula para mais: estudo, investigação, reflexão, cuidado nas abordagens dos temas e, por que não, mais entusiasmo no trabalho.
São essenciais os comentários que os leitores produzem, porque, no limite, revelam consideração, estima, apreço, por vezes carinho pelo autor e, valorizam os trabalhos. Por tudo isto, é que a gratidão do autor para com os seus leitores em geral, e em particular, para com aqueles que comentam, sugerem, incentivam a continuação desta caminhada, porque desta forma, ela será infinita.
Qualquer autor aprecia imenso os apoios recebidos dos leitores e, nesta linha de pensamento há, justamente, quem defenda igual desejo
Mais de doze anos a escrever e a publicar, semana após semana, é uma grande e agradável responsabilidade. O prazer da escrita torna-se mais profundo, mais permanente, mais cuidado e, acima de tudo, mais direcionado e oferecido, com sincera generosidade, a todos os leitores, porque é para eles que todo o trabalho é dirigido, que as preocupações em fazer melhor são constantes e “espicaçam” a não parar, enquanto Deus assim o permitir.
É da mais elementar justiça, trazer para esta reflexão, o inestimável contributo dos órgãos de comunicação e editoras que têm sido postos à disposição do autor, quer a nível local, regional, nacional e internacional. Com efeito, todo este projeto só tem sido possível com o apoio gracioso, sempre disponível, dos respetivos diretores dos órgãos de comunicação, onde são publicados os trabalhos. Sem esta indispensável ajuda, os leitores estariam privados de analisar, criticar e incentivar um desígnio que se deseja perdure por muitos anos, essa é a determinação do autor.
O prazer da escrita fica reforçado, porque ao longo de mais de 12 anos, com mais de 1.000 artigos publicados, a nível universal, sem quaisquer intenções materiais e/ou contrapartidas financeiras fica, inequivocamente, recompensado, pela adesão que tem suscitado.
A recompensa é, portanto, gratificante, na medida em que este trabalho criativo, reflexivo e pretensamente inédito, tem gerado, na maior parte das pessoas, grande consenso, muita consideração, estima, carinho e respeito para com o autor, que apenas pode e deve manifestar a sua humilde e sincera gratidão.
Obviamente que não sendo o autor desta reflexão, um escritor renomado, nem tendo possibilidades para igualar os grandes vultos da literatura, apenas procura dar o seu modesto contributo e, neste sentido, também pretende associar-se a todos os eventos tão significativos, quanto importantes, para a divulgação dos nossos princípios, valores, sentimentos, artes, letras, enfim, de toda esta nossa riquíssima Cultura que nos une pela língua portuguesa, não podendo aqui e agora olvidar os Encontros Lusófonos que todos os anos se realizam em Portugal pela Associação Internacional e Escritores e Artistas – LITERARTE e pelo Núcleo Académico de letras e Artes de Portugal – NALAP.
Muito obrigado pela paciência, compreensão e tolerância na apreciação que tem sido feita ao trabalho de um desconhecido. Muito Obrigado prezadas/os leitoras/es e, para finalizar, um pedido para quem deixou de produzir comentários: que retome essa boa prática, porque isso revela solidariedade, amizade, lealdade, consideração, estima, carinho e uma grande firmeza em ajudar quem tem na escrita, um imenso prazer. Muito, e Muito, Obrigado.


Com o protesto da minha perene GRATIDÃO

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal






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