Eloquência- Eduardo Mesquita




Fora eu um predestinado, que a plenitude
me dera muito mais arte, quando de tacanho
querer, me ilustrasse apenas a vicissitude,
para exibir, eloquente, ao seguir o rebanho.

De Pessoa, quem me dera ser só a virtude
sagaz, magistral condão que acompanho,
para idealizar na leitura, sem ser uma fraude
os pensamentos, que a escrever não tenho.

Devaneando, prescrevo no real o imaginário,
e na tribo dos que se libertam, ilustre visionário
sigo impávido, do pastor, o mais fiel pupilo.

Mas me conforta este arbítrio, em mim o relevo,
pois aos outros, dar só as mágoas, não me atrevo,
para que livres, sintam de mim, apenas este júbilo.










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