Barco à vela- Joaquim Pereira Marques

 
Lancei o barco à vela na revolta
De quem entrega o nada ao seu desdém
Sem prever temporal ou ponta solta
Que desprenda o desnorte no vai e vem

Os ventos e marés em desvarios
Embalam-me nas ondas baforadas
Desconhecem ser mar feito de rios
Que na alma ficaram entroncadas

E ao longe vejo o mundo pla janela
À deriva no azul de um barco à vela
Que balouça no cais desta incerteza

Virão noites tingidas de verdes sóis
Uns dias adornados de arrebóis
Entre o sono do sonho na grandeza

 

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