Flores brancas- Liliana Josué



(Poema antigo reconstituído) 

(Dedicado aos meus pais)

Entro no meu pensamento
ao fundo vejo alamedas de flores brancas
ondulando ao vento
frágeis seres consoladores.

De entre elas os vossos rostos sorriram-me
agora libertos de todo o desgosto
pelos que também lhes fugiram
desta terra tão sem gosto.
Numa resignação de travo amargo
percebi serem astros do Universo
sem rugas do terreno.
Nas pontas dos dedos soltam beijos em verso
aí, desse mundo sereno.

As flores brancas, pequeninas
perfumaram o caminho
e como graças divinas
davam risos de mansinho.

Meus olhos choraram saudades
os braços ergueram-se
para aqueles seres ditosos
e na minha fragilidade humana
acordei pensamentos venturosos
e logo eles me sorriram novamente
no afeto antes jurado num abraço.
Colheram flores brancas, ternamente
purificando todo o espaço.

E lá foram seguindo o seu caminho
pássaros livres sem tempo marcado
eu, afastei-me bem devagarinho
para que não vissem meu olhar magoado

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