Grito- Albertino Galvao




Grito! Grito o silêncio e ignoro o eco
que vai ressoando de tanta indif’rença.
Nas sombras da vida meus medos disseco
e deito num verso a minha descrença

Passa por mim um vento frio e agreste
soprando o vazio num uivo funesto...
destroça-me as asas se assanha e investe
levando, com ele, meus sonhos... de arresto!

Plano entre luas de mentira e verdade,
(galáxia de mim em delírio inventada)...
e pouso, depois, entre tempo e saudade
como ave ferida, do bando afastada

Olhos doridos espreito a multidão
procurando, entre os homens, paz, igualdade...
palavras de amor, de conforto e perdão...
de sorrisos abertos de f’licidade

E pasmo! E fujo!

Absorvo, da noite, os sons da desilusão
e emprenho um poema com estrofes de...nada!


(27/03/14)


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