Um gemido na noite- Vítor Fernandes



Deitada já te encontro em alvo leito,
Inquieta, esperando um ósculo meu,
Porque num ápice o meu líbido ferveu,
Anelante, invisto em teu venusto peito.

Mavioso, me delicio em túmidos botões
E tu meneias teu alabastrino corpo ardente;
Sem pudor, toda tu és demais fremente
E nada mais nos arretará excitações!

O teu plangor corta o silêncio do breu,
Julgo-o secreto, pois não passa de murmúrio,
Mudo me quedo. Teu corpo aspiro possuir.

Quando a quietação sob a alcova desceu,
Morfeu nos toma. Da alvorada, o céu purpúreo
Vem, como lençol, nossos corpos nus cobrir.


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