Jesus por cá- Joaquim Sustelo

 Há dias vi Jesus por cá de novo,
agora sem mostrar Seus atributos.
Anónimo Ele andou por entre o povo
a ver se o que ensinou deu alguns frutos...
Vi-O em Jerusalém pela cidade
que outrora impiedosa O escorraçou;
As ruas eram tristes, que a maldade
dos homens, pelo tempo, as isolou
Caminhos sem amor, caminhos duros
surgiram aos Seus olhos na viagem;
Entrou na Cisjordânia, saltou muros,
barreiras que travavam a passagem
Vi-O por Nazaré e por Belém,
à beira do Jordão e do Mar Morto;
Mas onde Ele pregara outrora o Bem
havia laivos de ódio, desconforto...
Falaram-Lhe da fome no Sudão,
dos crimes de Auschwitz e de Hiroshima;
Da guerra no Iraque, um mundo-cão,
de "Herodes" sem ter alma que os reprima!
Vi-O desfalecer e já sem esp'ranças
de ver que a humanidade um dia mude!
Pederastas abusando de crianças
Pobres sem ter um lar e sem saúde
Chegou depois um dia, era festivo
para os que tinham posses. Especial!
E quando lhe disseram que o motivo
era a celebração do Seu Natal,
Jesus verteu em pranto a enorme dor
notando que esqueceram que o Seu nome
estará sempre ligado a Paz e Amor
e nunca a injustiças... guerras... fome!
Depois sei que acordei e O perdi...
Tive um estranho momento, uma vontade:
Ansiei vê-lO de novo por aí
mas desta vez de bata e bisturi
- um Médico a curar a humanidade!

Poema de Natal de 2007

(editado em MURMÚRIOS NO TEMPO)

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