Alentejo- Felismina Mealha


Há sempre mais um pouco para dizer
sobre esse espaço imenso que amamos!
Há as barras azuis ou amarelas
que se destacam no branco casario,
há um céu azul, um verde prado.
Há uma terra arada, um longo estio…
Há uma fome imensa de palavras.
Uma sede que não se mata,
dos sons que me causam arrepios…
Escuta o entardecer…ouves?
Os grilos cantam e passeiam ao luar…
A casa cala.
A noite fala…deixa-a falar!
E meditemos na imensidão, que inteira se oferece…
Circunflexo, o céu, é meu!
Na via láctea, ainda passeio…
Milhões de estrelas, que ninguém vê.
Apenas eu!
A lua inteira sorri para mim.
A terra cheira a alfazema e alecrim.
Do campo, ao redor, um cheiro a feno
Um cheiro a amor!
Uma suave aragem, levantou-se agora:
Sabes porquê?
Raiou a aurora…




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