Viagem ao passado- Felismina Mealha

 
O tempo partiu apressado, rumo ao passado
Até encontrar a adolescência…
Aí, senti o cheiro a terra levedando…
Crescendo!
E a amoras silvestres, cobriam o muro inexistente
da quinta, onde o ribeiro corria docemente.
Ao fundo, o canavial, gemia!
E o milho híbrido, que escondia melancias verdes e frescas,
tinha bandeiras floridas, e
 por entre folhas verde-negras,
escondia maçarocas enormes que cresciam,
e expeliam barbas ruivas que pendiam.
Por entre a fulgurante vegetação embandeirada…
 Pontuais, os girassóis, sorriam!
E eu senti a vida renascer!
E a terra inteira era um prazer,
 Que floria.
 Que secava.
Que inundava o lugar, com esse cheiro a feno,
que perfumava os sentidos…
Com esse brilho do silêncio…
Com que bordava à noite os meus vestidos.

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