Ano Novo: início do afastamento pandémico e da Guerra?- Diamantino Bártolo

   

  Afirmar-se que se deve fazer um balanço sério, do que ao longo dos anos, compreendidos entre 2011 e 2015 e 2020-2022, para já, foi feito contra a maioria das pessoas, não é exigir nada que possa ofender quem quer que seja, mas apenas pretender-se dar um contributo para que haja mais equidade, mais proporcionalidade, mais equilíbrio entre pessoas que devem ser todas consideradas de uma só categoria: portuguesas, não de primeira, de segunda ou terceira, mas apenas, portuguesas, incluindo as centenas de milhares de imigrantes.
    O novo ano que agora se inicia já vem “pré-prestigiado” como podendo vir a ser o início da “independência económica”, das retomas mais acentuadas, uma espécie de “liberdade condicional” (financeira), mas que, por isso mesmo, ainda se enfrentará vários obstáculos que todos temos de vencer, sabendo-se, contudo, que ninguém vence o que quer que seja, sem saúde, sem trabalho, sem educação/formação, sem poder de compra, porque é pela riqueza que se promove o consumo, que tudo funciona e se desenvolve positivamente, e jamais pelo empobrecimento das pessoas, do país e das nações. A lógica que então foi seguida, não parece ter sido adequada ao progresso sustentado.
    Apesar das tremendas dificuldades sentidas durante os últimos anos, pese, embora, fazer-se passar a mensagem de que certos sacrifícios, perdas de direitos e imposição de medidas injustas, ilegítimas e, eventualmente, ilegais, se não fossem previamente analisadas, seriam necessárias, para se ultrapassar uma alegada situação económica muito complicada, de que a esmagadora maioria do povo não é responsável, é tempo de se inverter a irracionalidade e injustiça seguidas, e adotar políticas verdadeiramente humanistas, socialmente compatíveis com a dignidade humana a que todos temos direito.
    E se entre 2011 e 2015, foi muito complicado vencer, em parte, uma economia em “Bancarrota”, castigando aqueles que em nada eram culpados, entretanto, de 2015 a 2019, tudo parecia correr bem ao país Lusitano, contudo, o início de 2020, trouxe-nos uma das maiores calamidades, uma pandemia que há mais de cem anos não se fazia sentir em território português, em toda a Europa e finalmente, em todo o mundo.
    Na verdade, o  novo “coronavírus SARS-CoV-2 - Covid-19”, assim denominada esta grave epidemia, abalou fortemente o mundo e os infetados, hospitalizados e falecidos, atingiu números nunca antes pensados. Portugal regista nesta quadra natalícia e de Ano Novo números preocupantes, embora controlados. Assim, ao aproximarmo-nos do final do ano (29.12.2022), registam-se os seguintes números em Portugal:  Total de casos desde o início, 5.550.000; destes faleceram, 25 714; recuperados, 5.524.286, desconhecendo-se quantas pessoas ficaram inválidas.
    Àquela situação, juntaram-se novas calamidades em 2022: 24 de fevereiro, invasão da Ucrânia pela Rússia, que ainda continua registando-se: milhões de pessoas em fuga; centenas de milhares de desalojados, de feridos e de mortes; aldeias, vilas e cidades, completamente arrasadas; Centenas de infraestruturas de eletricidade, gás e água completamente destruídas. O mundo em geral e Portugal em particular passam por uma crise como já não se fazia sentir há cerca de 30 anos: fogos florestais, secas extremas, falta de cereais, inflação galopante, cheias que por onde passam tudo destroem. Governo repleto de casos, os mais ofensivos da dignidade das pessoas pobres. Onde vamos parar com tais governantes e seus correligionários?
    Vamos, portanto, iniciar mais um ano imbuídos de um novo espírito, no sentido de acreditarmos que, finalmente, será possível restituir tudo o que, sob a capa de uma austeridade, dita necessária, nos foi retirado num período de verdadeiras irracionalidades, porque a “receita” aplicada falhou, na medida em que não é pelo caminho da miséria, do desemprego, da retirada de direitos adquiridos e da redução drástica do poder de compra, que se vai dinamizar a economia, o consumo, o investimento e a atração de novos empreendedores.
    Finalmente, de forma totalmente pessoal, sincera e muito sentida, desejo a todas as pessoas que, verdadeiramente, com solidariedade, amizade, lealdade e cumplicidade, me têm acompanhado, através dos meus escritos um próspero Ano Novo e que 2023 e muitas dezenas de anos que se seguem, lhes proporcionem o que de melhor possa existir na vida, e que na minha perspetiva são: Saúde, Trabalho, Amizade/Amor, Felicidade, Justiça, Paz e a Graça Divina. A todas estas pessoas aqui fica, publicamente e sem reservas, a minha imensa GRATIDÃO.  


Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

site@nalap.org

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