SÓ FUI SABER SE ERA VERDADE- Batista de Oliveira


naquela tarde    achei-te diferente
trazias    no teu corpo    outro perfume
que me entrou nas narinas    como um gume
e pôs    em rebuliço    a minha mente.

trazias um vestido irreverente
mais curto e decotado que o costume
que me despertou vagas de ciúme
e me alterou a fácies    de repente.

não contando comigo    até coraste
mas    no teu invulgar modo de ser
despiste o teu vestido e me beijaste.

então disseste-me: só fui saber
se era verdade    quando me juraste
que eu era    ainda    um sonho de mulher.

batista_oliveira (in “trazias no teu corpo a volúpia dos sentidos”, pág. 33 , da editora “Poesia Impossível” do Grupo Editorial Atlântico)


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