Educação Cívica com Etiqueta- Diamantino Bártolo

    

  

    Desenvolver uma educação cívica, com etiqueta, para cada pessoa interiorizar e praticar, constitui um significativo avanço na melhora das relações interpessoais, e desde logo no convívio profissional. O relacionamento, no espaço e período da atividade profissional, ao qual se acresce o convívio social, ocupam cerca de um a dois terços da vida de cada pessoa, por isso é essencial o exercício de boas-práticas, em todos os domínios da interrelação humana, agora nas vertentes laboral e social.
    Com efeito, a par do profissionalismo, da ética e deontologia, deverá acrescentar-se a etiqueta, que também implica valores universais que se defendem noutros contextos. Na verdade: «A lealdade e a sinceridade para com os colegas de trabalho exigem que mostremos consideração por eles, e se acharmos que o seu trabalho não corresponde ao que seria de desejar devemos falar-lhes abertamente. Todos nós temos defeitos e imperfeições e quantas vezes não gostaríamos de nos termos apercebido deles mais cedo. Deve sempre evitar-se fazer queixas de um colega a um superior, procurando resolver o problema sem chegar a esse extremo, o que só é admissível se a gravidade da situação o justificar. » (GIRÃO, 1989:176).
    O espaço planetário, que a humanidade ocupa privilegiadamente, poderia constituir-se como um paraíso: sem utopia, com verdade e cooperação; com respeito e lealdade; com ética e etiqueta. Tudo depende, afinal, do ser humano, das decisões que traçam o destino do todo e da parte. 
A terra é, porventura, um planeta maravilhoso e a vida humana uma dádiva do Criador, que não sendo vivenciada na plenitude de toda a sua beleza, constitui, até, uma ofensa, Àquele que a concebeu, e ofereceu gratuitamente. 
    É inaceitável que se possa continuar a alimentar tanta maldade, tanto egoísmo, tanta ganância e tanta violência. Onde está a inteligência humana, que em vez de criar as condições para uma vida boa, antes fomenta o ódio, a vingança, a represália cobarde, a fome e a morte?
    É, portanto, fundamental que em todas as situações, privadas, e/ou públicas, cada pessoa possa desenvolver as suas capacidades ao nível dos recursos humanos, seja como executivo, seja como subordinado, integrado numa hierarquia.
    Claro está que, é muito importante uma certa formação, para intervir, positivamente, ao nível dos recursos humanos, com algum poder de decisão. Mais complicado, ainda, será o relacionamento ético com etiqueta, junto dos superiores e subordinados profissionais, se da parte deles não houver idêntica disponibilidade.
    Tal como é necessária uma formação permanente em Cidadania, para o melhor desempenho possível, enquanto cidadãos de plenos deveres e direitos, também é, cada vez mais, indispensável uma preparação para liderar, porque sempre se ocupa algum cargo de chefia, ao longo da vida, e também para se compreender certos comportamentos, daqueles a quem cabe dirigir uma organização, incluindo-se aqui a própria família. 
    Todos podem ser profissionais de recursos humanos, com maior ou menor sucesso na medida em que: «A formação do bom profissional de Recursos Humanos é, obrigatoriamente, uma formação cultural ampla e diversificada, que permite ao indivíduo observar os fatos (particularmente os de cunho psicológico, socioeconômico, político e filosófico) mais variados, que ocorrem dentro e fora da organização, e interpretá-los em função do desenvolvimento desta. » (TOLEDO, 1986:35).
    Às características qualitativas citadas, certamente que é essencial acrescentar outras, designadamente: uma cultura ética, em todos os domínios, e uma formação acompanhada de boas práticas em etiqueta. A afabilidade, a gentileza e a boa educação, no âmbito axiológico, completam o perfil da pessoa humana para o século XXI. 
    A convivência salutar entre pessoas, que são idênticas em dignidade, deveres e direitos, atribuídos pela simples razão de serem oriundas de um mesmo Criador, constitui as condições fundamentais para a Paz e para a Felicidade no mundo.

Bibliografia

GIRÃO, Ana São, (1989). Etiqueta e Boas Maneiras: A Arte de Viver em Sociedade. Lisboa: Edições 70

TOLEDO, Flávio de, (1986). Recursos Humanos, crise e mudanças. 2ª ed. São Paulo: Atlas

 Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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