CHAPÉU AMARELO- Chinha Maria

 Tardio veio o meu acordar
e com transparência na alma
vacilei, entre o ir, o amar-te,
ou ficar.

Com várias cores pintei a minha vida,
mas tão longe...se foram esbatendo
perdidas, e não vividas, noutras telas
por pintar...

Por mim,um moribundo amor,
que não fui capaz de esquecer
ou enterrar.

As tintas, amontoei-as a meu lado
usei-as de novo, e pintei com elas
o nosso doce beijo trocado.
Com lágrimas derramadas
de tintas desbotadas,
ali bem junto do nosso lago.

levantei-me!
sentindo ainda no rosto
a frescura,da doce brisa
que tudo levou e ali se perdeu.

Se ainda ontem era lindo e belo,
o que foi que aconteceu?...

Já não estás para o lembrar,
o meu rosto triste vou pintar
com as tintas,que o mundo
me ofereceu.

Como disfarçar não sei,
mas, sei que vou ficar.

Assim, vou pensar, que tudo
ainda continua belo!

Ali, sempre te esperarei
olhando todo o vazio por ti deixado,
com o meu
velhinho chapéu amarelo.



Comentários

Anónimo disse…
A declamadora do poema Chapéu amarelo, nossa amiga poetisa Anabela Carvalho, pede imensa desculpa por ter dito "um poema de Cinha Maria" em vez de Chinha Maria.
Esclarecimento feito por Joaquim Sustelo
Não sei quem comentou, mas de qualquer forma, muito obrigada. A Anabela, não tem que se preocupar. São incidentes que podem ocorrer com qualquer um. A Anabela fez um bom trabalho. Muito obrigada, mais uma vez por comentar. São poucos os participantes, quer autores, declamadores ou leitores a comentar, apesar da muita dedicação do espaço em divulgar trabalhos literários. Gratidão imensa!